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Técnico-Administrativo

Fiz o mestrado em Portugal, ora pois!

Primeira turma do IFMS no Mestrado do Porto começa a defender as dissertações
por Juliana Aragão publicado: 09/10/2019 11h42 última modificação: 09/10/2019 11h42

Defesa da dissertação

Kátia Ovando (segunda, da esquerda para direita) foi a primeira a defender a dissertação, no último dia 17 - Foto: Arquivo Pessoal

Em outubro de 2017, um grupo de 12 servidores técnico-administrativos do IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) iniciava uma experiência pioneira na instituição. A turma foi a primeira a receber apoio financeiro institucional para fazer o Mestrado em Assessoria de Administração no P.PORTO (Instituto Politécnico do Porto), em Portugal, por meio de um Acordo de Cooperação Técnica firmado entre as duas instituições de ensino.

Passados dois anos - período no qual os mestrandos foram duas vezes até o Porto para ter aulas presenciais, receberam professores portugueses aqui em Campo Grande e das incontáveis trocas de e-mails com os docentes do além-mar - os servidores começam a defender as dissertações.

"A pesquisa que elaborei pode ser utilizada por algum outro servidor que queira trabalhar o tema na pós-graduação ou pela própria instituição, caso tenha interesse em dar início ao processo de gestão por competências", explica Kátia, a primeira servidora a defender a dissertação.

A primeira defesa foi realizada no último dia 17 pela assistente em administração Kátia Ovando que, atualmente, ocupa o cargo de diretora de Gestão Acadêmica, na Proen (Pró-Reitoria de Ensino).

Kátia elaborou um diagnóstico das competências transversais na reitoria do IFMS. O levantamento foi feito com base nas respostas de um questionário online aplicado com 62% dos servidores da unidade, em entrevistas dirigidas com coordenadores e da pesquisa documental, na qual encontrou 23 diferentes competências.

"O levantamento apontou as cinco competências transversais mais valorizadas no âmbito da reitoria: trabalho em equipe, comunicação, ética, inteligência emocional e visão sistêmica, lembrando que essas são habilidades que vão além do cargo, da função ou do conhecimento técnico do grupo", explica Kátia.

Orientada pela docente do P.PORTO Ana Cláudia Rodrigues, doutora com vasta experiência na área de Recursos Humanos, a pesquisa obteve conceito 17, em uma escala que vai até 20.

Graduada em Administração e especializada em Gestão Pública e Tecnologias Educacionais em EAD, Kátia agora também é mestre em Assessoria de Administração, responsável pelo primeiro mapeamento referente à gestão por competências no IFMS. "A pesquisa pode ser utilizada por algum outro servidor que queira trabalhar o tema na pós-graduação ou pela própria instituição, caso tenha interesse em dar início ao processo de gestão por competências".

Os outros 11 servidores do IFMS têm até 30 de outubro para entregar os trabalhos, e até 13 de dezembro para fazer a defesa da dissertação.

Visita biblioteca

Durante o mestrado, Kátia teve a oportunidade de visita a Livraria Lello, inaugurada em 1881 - Foto: Arquivo Pessoal

Experiência para a vida - As duas oportunidades que a primeira turma do IFMS teve de ir à cidade do Porto - ao todo, cinco semanas de aulas - proporcionaram novas vivências. Muitos nunca tinham feito uma viagem internacional. No caso de Kátia, foi a primeira vez que esteve na Europa. Na bagagem, a servidora trouxe, além do título de mestre, a experiência de conhecer outro país e outra cultura.

"Chamaram a atenção os fatos de que Portugal está bastante avançado na área tecnológica e que todos têm, realmente, o inglês como segunda língua, o que no Brasil não é uma realidade", compara Kátia.

"Foi muito interessante conhecer o jeito de ser dos portugueses. Acredito que temos muito a aprender com a rigidez deles, e eles com a nossa flexibilidade. Chamaram a atenção também os fatos de que Portugal está bastante avançado na área tecnológica e que todos têm, realmente, o inglês como segunda língua, o que no Brasil não é uma realidade".

Por estar na Europa e pela facilidade de se locomover entre um país e outro, Kátia aproveitou para conhecer Roma e Paris, além de outras oito cidades portuguesas. Pelo caminho, notou a presença de um elevado número de estrangeiros. "Principalmente chineses, indianos e africanos".

Outra experiência diferente para Kátia foi a comunicação com os portugueses. "Além de muitas palavras com sentidos diferentes, eles falam muito rápido e 'comem' algumas letras, o que dificulta um pouco a compreensão. O 'p' mudo, por exemplo, não existe", comenta a servidora, que por outro lado não viu dificuldades em formatar a dissertação porque o P.PORTO utiliza a APA, uma norma específica de formatação de trabalhos acadêmicos.

Primeiro dia de aula

Primeiro dia de aula no Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (Iscap) - Foto: Arquivo Pessoal

Dicas aos calouros - Em 2018 e 2019, o IFMS abriu outras duas seleções destinadas à concessão de apoio financeiro para a realização do mestrado no P.PORTO. A segunda turma, de nove mestrandos, já esteve duas vezes no Porto. Para os sete aprovados no último edital, as aulas começam no dia 14. Aos calouros, Kátia tem algumas dicas importantes.

"Além da organização, é muito importante cumprir o cronograma proposto e, em alguns momentos, até se antecipar. Isso porque o contato com os professores é feito por e-mail ou nas aulas programadas no ambiente virtual", sugere Kátia aos novos mestrandos.

"Com as aulas são o dia inteiro, é interessante que a pessoa ou o grupo de servidores alugue um quarto ou apartamento perto do P.PORTO, até para que possa fazer o trajeto a pé. O transporte público, para quem precisar, é bastante eficiente. As opções são o metro, o comboio e o autocarro ou, em português do Brasil, metrô, trem e ônibus", traduz.

Outra informação importante é que o auxílio concedido pelo IFMS para cada servidor - R$ 25 mil no caso da primeira turma - cobre parte dos custos, por isso é importante se organizar financeiramente. "Esse apoio, que é muito importante, no meu caso foi suficiente para pagar as passagens e a propina, uma anuidade cobrada pela instituição portuguesa. Eu precisei arcar com os custos da hospedagem e da alimentação".

Por fim, uma dica literalmente "de mestre". "Para dar conta das 12 unidades curriculares e dos trabalhos, a ordem é se organizar. "Além da organização, é muito importante cumprir o cronograma proposto e, em alguns momentos, até se antecipar. Isso porque o contato com os professores é feito por e-mail ou nas aulas programadas no ambiente virtual, e nem sempre a resposta chegava quando eu queria. O bom de tudo é que, no final, tudo dá certo!", comemora.