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Saúde

Doação de medula óssea: um pequeno gesto que pode salvar vidas

Palestra na reitoria conscientiza servidores sobre a doação de medula óssea com as histórias de vida do professor Carlão, que foi transplantado e fundou o Instituto Sangue Bom
por Osvaldo Sato publicado: 14/09/2017 11h18 última modificação: 14/09/2017 11h31
Exibir carrossel de imagens Osvaldo Sato Diagnosticado com aplasia medular, professor Carlão encontrou um doador de medula óssea compatível

Diagnosticado com aplasia medular, professor Carlão encontrou um doador de medula óssea compatível

Ganhar uma segunda chance para viver. A frase remete a uma fase marcante na vida de Carlos Alberto Rezende, o professor Carlão, como é conhecido nos cursinhos pré-vestibulares de Campo Grande. Na tarde dessa quarta-feira, 13, ele esteve na reitoria do IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) para contar aos servidores algumas "Histórias de um Transplantado de Medula Óssea".

Carlão falou sobre o diagnóstico de aplasia medular e de como a doença transformou sua vida. “Vejo com clareza que a doença me fez bem. Voltei para a faculdade, a praticar esportes, me tornei uma pessoa ainda mais tolerante, aprendi a viver e amar intensamente”, testemunhou o professor.

A notícia de que necessitaria de um transplante de medula óssea foi um estímulo. “Ainda não sabia sequer se teria um doador e comecei o projeto Sangue Bom, que hoje é um instituto, minha verdadeira missão”, explicou.

Transplantado com sucesso, Carlão mantém o Instituto Sangue Bom, que busca promover a conscientização para qualificar novos doadores de medula óssea. “A ideia é formar novas lideranças, trazer mais transplantados para o instituto que possam dar seus testemunhos de vida e alcançar o sonho de tornar Mato Grosso do Sul uma referência para a doação”, planejou.

Vejo com clareza que a doença me fez bem. Voltei para a faculdade, a praticar esportes, me tornei uma pessoa ainda mais tolerante, aprendi a viver e amar intensamente”, testemunhou o professor Carlão.

Conscientizar é importante para acabar com mitos que dificultam o cadastramento de novos doadores e, consequentemente, aumentam o tamanho das filas de espera de receptores.

“A difusão da informação é importante para que mais pessoas saibam que, para o cadastramento no banco de medula óssea, basta uma pequena quantidade de sangue e nenhum procedimento complexo”, comentou Douglas Mazzotti, coordenador de serviços gerais e transportes da reitoria.

Para o servidor, a palestra foi elucidativa. “Uma servidora fez uma pergunta sobre o recadastramento para quem já havia feito há muito tempo e era meu caso, então na mesma hora, pelo smartphone, eu me recadastrei e voltei a ser um doador”, afirmou.

Apesar dos desafios à frente do Instituto, o professor Carlão tem encontrado tempo para outros projetos. Um dos que trata com maior entusiasmo é o convite para fazer parte de uma equipe de atletas transplantados e participar de competições com etapas nacional, sul-americana e até mundial.

Carlão finalizou a palestra com uma lição de vida. “Busco viver intensamente e ajudar ao próximo, fazer o bem sem olhar a quem, pois aprendi o seguinte: sempre fica um pouco de perfume nas mãos de quem oferece flores”.

Entenda a doação de medula óssea e saiba como doar – A medula óssea é um tecido líquido que ocupa o interior dos ossos, conhecido como tutano, e tem a função de produzir os componentes do sangue: hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas.

Essas células são responsáveis por transportar o oxigênio, no caso das hemácias; defender o organismo, no caso dos leucócitos; e compor o sistema de coagulação do sangue, função das plaquetas. O transplante de medula óssea é a única esperança de cura para milhares de portadores de leucemia e outras doenças do sangue.

O Redome (Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea) possui, atualmente, 4 milhões de pessoas cadastradas. É o terceiro maior cadastro do mundo.

Para ser doador, é preciso ter entre 18 a 55 anos e estar com boa saúde. São retirados 5 ml de sangue, que seguem para um cadastro nacional. A chance de compatibilidade com algum paciente que esteja no cadastro de receptores é de uma a cada 100 mil doações.

Em Campo Grande, as pessoas que queiram se cadastrar no Redome devem procurar o Hemosul (Av. Fernando Corrêa da Costa, 1.304 - Centro) ou o Banco de Sangue da Santa Casa (R. Eduardo Santos Pereira, 88 - Centro).

Setembro, mês de conscientização – A palestra foi promovida pela Codev (Coordenação de Desenvolvimento e Qualidade de Vida), em alusão ao Setembro Verde, movimento criado em São Paulo por meio da Lei nº 15.463/2014, que instituiu o Mês da Doação de Órgãos, e que se espalhou por todo o país.

A psicóloga da reitoria, Sofia Urt, lembra que este mês também é voltado à prevenção e combate ao suicídio, por meio da campanha Setembro Amarelo, e que o IFMS tem trabalhado temas com os servidores que promovem a qualidade de vida.

“O objetivo é auxiliar os servidores na promoção do equilíbrio e bem-estar, para que se desenvolvam pessoal e profissionalmente e que se tornem pessoais melhores para si e para a sociedade. Isso reflete positivamente no desempenho do seu trabalho”, destacou Sofia.