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Entrevista

Eder Villalba

Além do ensino e da pesquisa, o professor de Informática desenvolve projeto de extensão que oferece aulas de taekwondo para a comunidade
publicado: 04/05/2015 15h57 última modificação: 03/03/2016 09h12
Ascom/IFMS Professor - Ponta Porã

Professor - Ponta Porã

Natural de Ponta Porã, o professor Eder Villalba regressou à sua cidade natal após passar no concurso do IFMS. Na época, em 2011, havia perdido o pai e voltou para fazer companhia à mãe. Foi assim que este docente da área de informática contribuiu para a construção do Câmpus Ponta Porã, desenvolvendo também projetos de pesquisa e extensão com a comunidade.

Formado em Análise de Sistemas pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), em Dourados, e especialista em Melhoria em Processo de Software pela Universidade Federal de Lavras (MG), Eder compartilha nesta entrevista um pouco sobre sua experiência profissional, suas expectativas para o futuro do IFMS e sobre as aulas de taekwondo, comprovando que um professor pode ir além do ensino da disciplina e contribuir de outras maneiras para a formação dos estudantes.

Qual foi sua experiência profissional antes de entrar no IFMS?

Antes de entrar no câmpus, fui funcionário do Banco do Brasil, Analista de Sistemas na AGRAER/Idaterra (empresa pública de assistência técnica aos pequenos produtores rurais), coordenador de TI da Universidade UNAES, em Campo Grande, e coordenador do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas na Uniderp, em Rio Verde. Nessa sequência.

Como você ficou sabendo do concurso do IFMS e por que optou pelo Câmpus Ponta Porã?

Sou de Ponta Porã, e na época do concurso meu pai havia falecido e minha mãe tinha ficado sozinha na cidade. Esse foi o motivo de escolher voltar. Do contrário, nem teria feito, porque na época trabalhava em uma universidade e estava com grandes resultados e perspectivas lá.

Como tem sido a experiência de trabalhar aqui?

Voltar para minha cidade natal com a missão de implantar um novo modelo de ensino foi muito gratificante. Todas as dificuldades de um câmpus provisório, o sonho do câmpus definitivo, uma equipe de servidores repleta de pessoas de todos os lugares do Brasil.

Vamos falar um pouco sobre seu projeto de extensão. Como surgiu seu interesse pelo taekwondo e como tem sido desenvolvido o projeto no câmpus?

Junto com a volta para Ponta Porã veio o retorno à academia de taekwondo, que praticava antes de me mudar da cidade. Filiado à American Taekwondo Association, em dois anos conclui a faixa preta e iniciei um projeto de extensão dentro do IFMS. Estamos no terceiro ano e muitas conquistas já vieram pra conta. Em 2013, no Panamericano em Foz do Iguaçu (PR), tivemos quatro participantes que conquistaram seis medalhas, e em 2014, no Campeonato Brasileiro em Camboriú (SC), três participantes ganharam cinco medalhas.

Mas a maior conquista foi a participação de um aluno cego no projeto. Toda a história dele, a participação e o progresso dele em todas as áreas da vida foram nossa maior medalha. No campeonato brasileiro, este aluno com deficência visual, o Gledson Dias, foi o grande destaque nacional. Sua apresentação arrancou aplausos de todos os presentes no evento e marcou definitivamente minha carreira como instrutor de artes marciais.

E os projetos de robótica, como andam e quais os benefícios que eles trazem aos alunos?

Ainda no câmpus provisório, comecei a estudar robótica e eletrônica. Montamos um grupo de estudo que culminou em dois projetos: a Luva Sonar (um dispositivo para auxiliar a mobilidade de cegos) e o Agroduíno (uma plataforma de informatização de estufas), ambos premiados em feiras de ciência e congressos estaduais e nacionais. O projeto Agroduíno foi vencedor no concurso nacional de trabalhos técnicos da Computer on the Beach, realizada em Florianópolis (SC), neste ano.

Há mais algum projeto de pesquisa do qual você participa ou desenvolve?

No ano passado, iniciamos um projeto de integração com a Receita Federal para informatizarmos o depósito de apreensões. A parceria já rendeu resultados para ambos os lados. O depósito recebeu um software para gerenciamento desenvolvido por nossa equipe e o IFMS recebeu doação de computadores e equipamentos para a criação de um laboratório de projetos onde os professores de informática do câmpus estão desenvolvendo seus grupos de pesquisa na área.

Na sua opinião, quais os maiores desafios do Câmpus Ponta Porã e do IFMS como um todo para o futuro?

A cada ano que passa o IFMS vem ganhando mais maturidade como instituição de ensino. A chegada dos processos democráticos traz consigo novas perspectivas. O que sinto falta no Câmpus Ponta Porã é de uma maior identidade com a fronteira e mais projetos com a comunidade fronteiriça, tanto do Brasil quanto do Paraguai. Espero que em um futuro próximo tenhamos mais oportunidades de criar projetos que integrem os dois países.

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