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Entrevista

Rodrigo Duran

Na escolha entre IBM e IFMS, o professor de Informática do Câmpus Nova Andradina decidiu seguir a carreira dos pais e optou pelo Instituto
publicado: 08/06/2015 10h44 última modificação: 03/03/2016 09h11
Ascom/IFMS Professor - Nova Andradina

Professor - Nova Andradina

Como chamar alguém que nos últimos dois anos conseguiu levar dois projetos do IFMS para a Intel ISEF, nos Estados Unidos? Simples, chame-o de Rodrigo Duran.

Professor de Informática do Câmpus Nova Andradina, ele teve muitas dúvidas antes de aceitar a vaga no concurso. A IBM, uma das gigantes do setor de informática, estava de olho no trabalho realizado por ele na iniciativa privada e, justamente quando saiu o chamado para a vaga no Instituto, também surgiu o convite para a empresa.

Seguindo o caminho dos pais, professores em escolas técnicas, Duran decidiu pelo IFMS. Depois de assumir as aulas, ele até recebeu outro chamado da multinacional, mas já era tarde. Estava envolvido pelos estudantes.

Graduado em Ciências da Computação pela Universidade Estadual de Londrina, Mestre em Computação Gráfica pela Universidade de São Paulo, Duran atualmente ministra aulas de Algoritmos I, Linguagens de Programação I, Projeto Integrador I, Projeto Integrador III e Programação de Computadores. Além disso, é Coordenador dos Cursos do Eixo Tecnológico Informação e Comunicação.

É um dos professores do IFMS que mais viajou para o exterior a trabalho, contando os seis meses que passou na Finlândia, selecionado para o Programa Professores Para o Futuro, do Ministério da Educação.

Natural de Marília (SP), já morou em Brasília (DF), Londrina (PR) e São Carlos (SP). Na entrevista que segue, ele revela que as viagens para a Intel começaram em uma conversa perto de um bebedouro, quando o primeiro estudante orientado por ele apresentou a ideia de um projeto inovador, e podem terminar influenciando a forma como o Brasil prepara seus estudantes para o evento.

Duran defende que a pesquisa científica deve ser ampliada e usada em sala de aula desde o ensino fundamental, para melhorar a educação em Mato Grosso do Sul e no Brasil.

Ah! E ele já tem uma nova aposta para a Intel do ano que vem. Leia a entrevista abaixo e descubra qual é.

Como começou o seu interesse pela pesquisa?

Para ser honesto, minha experiência com pesquisa na graduação foi muito limitada. Eu não participei de iniciação científica. Minha participação em pesquisa começou mesmo na pós-graduação, quando eu entrei no mestrado. Mas ficou por ali. Depois disso eu saí para a iniciativa privada. Fiquei muitos anos trabalhando em empresas. Acredito que o que me levou a desenvolver esse tipo de pesquisa aplicada que a gente tem dentro do IFMS foi um pouco dessa visão de iniciativa privada, de realmente fazer alguma coisa que funciona, que a gente pode mostrar para os outros, que tem uma aplicação prática. Não desmerecendo a pesquisa pura. Mas sempre foi meu foco ter um artefato que eu pudesse apresentar para os outros.

A sua experiência de ensino médio, como foi?

Eu morava em Brasília na época. Eu vim de escola pública no ensino fundamental e entrei numa escola particular, para preparação para o vestibular. Nunca tive contato com projeto de pesquisa na época. Alguma coisa aprendi com meus pais, pois eles trabalharam na escola técnica federal de Brasília. Eu sabia que lá era uma coisa diferente, que eles tinham mais aplicações práticas. Me lembro de quando eu era criança, na escola da minha mãe tinha um laboratório de computação, que em 1985 era uma coisa fantástica. Meu pai é professor de eletrônica, então ele tinha laboratório. Sempre tive contato com essas coisas práticas, mas nunca vivenciei.

A escolha da sua profissão foi influência dos seus pais?

Sim.

E trabalhar numa escola técnica também?

Isso foi meio fruto do destino. Depois que eu terminei o mestrado, eu estava um pouco saturado da vida acadêmica, da pressão de publicar, publicar, publicar. Acabou que eu quis ir para a iniciativa privada. Eu estava muito bem na empresa. Mas em 2008, teve a crise financeira mundial que abalou todo mundo. Ninguém sabia se seria mandado embora amanhã. Minha mãe me avisou sobre um concurso em Nova Andradina. Aquela coisa bem de mãe mesmo. Eu disse que iria fazer para ela parar de falar comigo sobre isso. E fui aprovado. Por coincidência, na época eu estava indo para a IBM, e me ligaram para vir para o Instituto. Fiquei na dúvida. Vou para a IBM ou vou para o IFMS. Vou para o IFMS ou continuo na mesma empresa. Foi muito difícil. A IBM é um lugar que todo mundo almeja trabalhar. Mas, não sei, na época me deu uma luz e eu decidi encarar essa de ser professor. Por sorte, o projeto que eu iria trabalhar na IBM não deu muito certo. Acho que encontrei o caminho certo no IFMS. Quando eu estava em Nova Andradina já, a IBM até me ligou, mas eu já tinha tomado minha decisão, conhecido o pessoal, conhecido os estudantes. Já estava envolvido.

Como foi começar a trabalhar com pesquisa como professor?

Tudo começou com o Leonardo (Lopes, estudante de Nova Andradina) numa conversa de corredor. Eu nunca tinha pensado em desenvolver um projeto de pesquisa e foi ali que tudo começou mesmo. Uma coisa bem casual. Foi engraçado. Ele me parou num bebedouro, durante um intervalo de aula, e disse "eu perguntei pra todo mundo e ninguém quer fazer o que eu quero fazer, o senhor me ajuda?". Eu respondi que achava que era mais do que minha obrigação e começamos. Acho que o fundamental na pesquisa do ensino médio é acreditar que é possível. A gente ainda enfrenta muitas barreiras, sobretudo quando a gente quer submeter para coisas que não são direcionadas para o ensino médio. Eles têm muito preconceito sobre o que o estudante de ensino médio consegue fazer, principalmente com os objetivos e resultados com esse tido de pesquisa.

Até um tempo atrás, com as meninas que foram para a Intel este ano [projeto "AutoGuardian", dispositivo para simulação de acidentes de trânsito que permite o embasamento da análise feita pela perícia, das estudantes Mariana Chermont e Bruna Rodrigues] a gente submeteu para um congresso na área e a resposta que eles deram foi "o projeto é muito bom, mas não vamos aprovar vocês porque a gente acha que vocês não conseguem fazer". Daí eu disse, mas tá pronto. Os pesquisadores brasileiros não estão preparados para lidar com essa dicotomia entre pesquisa pura e pesquisa aplicada. A gente não sabe enxergar outro tipo de pesquisa que não seja aquela da universidade. Não fomos preparados para isso. E não estamos sendo preparados para lidar com esse tipo de aluno que está emergindo e que tem vontade de fazer as coisas.

Então, quem motivou o senhor a trabalhar com pesquisa foi um estudante. Qual era o projeto dele?

Sim. O Leonardo é o autor do projeto Startracker [um arcabouço computacional para localização de corpos celestes], que foi o primeiro projeto do IFMS classificado para a Intel. Realmente, acho que começou do jeito certo. Tem que ser a visão deles. Não gosto de impor. No primeiro dia de aula, eu escrevo no quadro "Qual é a sua paixão?". Eu sou um facilitador, um orientador. Eu gosto de incentivar. Nenhuma ideia é louca o bastante. Para mim, a principal motivação são os alunos. Eu vejo como isso transforma a vivência deles. A gente vê quando vai às reuniões, por exemplo da Intel, os meninos que estão ali não são perfil padrão de aluno nota 10, que vai bem em tudo. Mas eles têm uma coisa diferente que é a dedicação, o amor ao que eles estão fazendo, às vezes, eles têm uma coisa diferente que a escola não consegue absorver no modelo tradicional e, com os projetos de pesquisa, a gente transforma a realidade deles. Eu observei que, depois que começaram a desenvolver esse tipo de pesquisa, isso refletiu dentro de sala de aula e refletiu como pessoa. Responsabilidade, objetivos de vida. Isso mudou na realidade deles.

A classificação desse projeto para uma feira internacional mudou sua visão sobre pesquisa? Mais do que isso, mudou a visão do Câmpus Nova Andradina sobre pesquisa?

Com certeza, ali foi o evento que mudou tudo na carreira profissional. O jeito que a gente enxerga o que os estudantes podem produzir, não só dentro de sala de aula, mas especialmente quebrar aquele paradigma que ainda existia na cidade, que limitava os estudantes a ir no máximo a uma universidade, que dirá uma pessoa de Nova Andradina concorrer entre os melhores do mundo. Teve um efeito psicológico muito grande, primeiro nos alunos do Instituto e depois nas pessoas da cidade. Hoje em dia eu consigo observar, quando a gente vai às escolas estaduais e municipais, que todo mundo conhece o Leonardo. O projeto mudou a visão das pessoas. Elas viram que é possível, mesmo sendo de uma cidade pequena e com problemas de infraestrutura, devido à distância dos grandes centros. Agora, outros estudantes já demonstraram que têm o valor deles, que não foi um fato isolado, que é um processo. Não é só um aluno fenomenal ou de muita sorte.

Como você explica isso para seus estudantes?

Eu sempre falo para os meus alunos para eles refletirem. Na última Febrace, os dois melhores projetos de Exatas foram de Nova Andradina. Muita gente já conhece Nova Andradina lá fora como polo de ciência, polo de tecnologia e polo de inovação. Se você falasse isso para alguém cinco anos atrás, ririam da sua cara. É uma realidade que nós conseguimos transformar com o trabalho dos estudantes.

Tanto que este ano já foi outro projeto para a Intel.

Exatamente, já teve a Mariana e a Bruna que deram prosseguimento no trabalho. Mostraram que é fruto de um processo e que estamos conseguindo melhorar a educação em nível local, regional e, em várias discussões, nacional sobre como a gente pode alavancar o ensino no Brasil utilizando esse processo indutor de incentivo a pesquisa, a projetos de extensão, para que saia daquela realidade de sala de aula. Tem um pouco a ver com o que a gente fez lá na Finlândia, buscando um jeito de casar essas duas coisas para que não seja uma coisa elitizada para um ou dois. Mas para que todos os alunos entendam que eles também podem. Nem todo mundo vai ser primeiro lugar, nem todo mundo vai ganhar. Mas eles têm que ter um sentimento de que eles também conseguem.

O senhor acredita que o fato de irmos pela segunda vez a Intel ISEF faz com que o IFMS seja respeitado dentro da delegação brasileira e da própria Intel?

Com certeza. Eu acho que várias pessoas, inclusive a presidente da Intel, Fernanda Sato, já salientou nos nossos workshops que Mato Grosso do Sul tem um modelo que está sendo diferente dos demais. A gente está num processo que é organizado, estruturado para o futuro. Com certeza, todo mundo notou que no ano passado tinham dois projetos do IFMS e que este ano tinham três. Às vezes, a gente aqui não tem muita noção porque a gente não tem essa vivência, mas eles sabem quem nós somos quando chegamos à feira. A delegação do Mato Grosso do Sul é diferente das outras. Somos o único Estado que somos, realmente, uma delegação, unidos, trabalhando junto. A gente fica junto, come junto, anda junto, os estudantes estão bem mais integrados do que dos outros lugares também. Então, creio que eles têm a percepção de que alguma coisa de diferente está sendo feita no Mato Grosso do Sul e que está dando resultado.

Conte uma curiosidade da Intel que você e os estudantes tenham vivido e que marcou sua experiência nessas feiras.

Acho que o que sempre é marcante é o encontro com o prêmio Nobel. Não sei se os estudantes tem essa noção do que é estar perto dessas pessoas. Tem muito pesquisador no Brasil que nunca teve oportunidade de falar, de trocar ideia, que dirá apresentar um projeto para uma pessoa desse tipo. Esse ano a gente teve mais contato, pois eles adoraram a delegação brasileira, tiraram fotos, trocaram pins, abraçaram. O contato com pessoas de outros países também é fundamental para verem que são culturas diferentes, pessoas diferentes, mas somos todos iguais. Para os estudantes, estarem lá falando outra língua é fundamental. Eles chegam no primeiro dia com vergonha de pedir comida e saem no último dia falando com todo mundo. Para mim, ver que as pessoas de outros países são tão diferentes e ao mesmo tempo conseguir interagir com eles é o que mais vale. E também ver que nós também somos melhores do mundo assim como eles, independente de ter ganhado premiação ou não. A gente sabe que isso é decidido, muitas vezes, no detalhe.

As dificuldades de Nova Andradina, por ser um câmpus rural, não atrapalham?

Raramente eu ouvi os estudantes mencionaram isso. Eles não querem ser coitadinhos. Enfrentamos mais dificuldades de locomoção e acesso a internet. Algumas coisas para a gente são mais difíceis, por exemplo, comprar uma peça muito simples, para a gente requer planejamento, fazer lista de materiais, se não, não tem. Queimou alguma coisa, temos que dar um jeito. A gente não tem acesso a grandes centros universitários, com laboratórios e especialistas. Já discutimos isso em nível nacional com o pessoal da Intel. Mas os estudantes têm plena consciência de que a gente tem dificuldades e de que a gente supera isso em dedicação e vontade.

Em Nova Andradina está sendo implantada a Fundação Instituto de Tecnologia e Inovação de Nova Andradina (Finova). O trabalho que vem sendo feito pelo IFMS fez com que o município olhasse para a questão da inovação e decidisse implantar esse projeto?

Sim, com certeza. O professor Luiz Simão está desde o início do processo engajado na concepção da Finova. E fez questão de que nós do Instituto tivéssemos um papel relevante. Sou coordenador do Laboratório de Pesquisa, a professora Daiane coordenadora da incubadora tecnológica. De certa forma eles olharam para Nova Andradina, viram um potencial, e conseguimos trabalhar com UFMS e UEMS. Nós vamos ter um papel relevante na pesquisa. Eles sabem e querem que nós apresentemos esses resultados que a gente já teve. Novamente, quebrando aquele paradigma de preconceito de que são estudantes do ensino médio desenvolvendo alguma coisa. São pesquisas que se tornam produtos. Acho que a Finova vai diminuir a dificuldade que a gente tem de captação de recursos. Quesitos legais e de patente também conseguiremos trabalhar. Por enquanto, mesmo em fase inicial, a gente está bem animado que a Finova será um guarda-chuva para abraçar esses projetos, para resolvermos problemas estruturais para dar vazão a criatividade dos estudantes da graduação, do ensino médio e dos professores.

Como foi participar do programa Professores para o Futuro na Finlândia?

Essa experiência da Finlândia foi fantástica. Tínhamos três professores do IFMS na primeira turma. A gente era um dos maiores estados representados, junto com São Paulo e Minas Gerais. Assim, um Estado novo, pequeno, a relevância que a gente apresenta frente aos outros é bem grande. Foi uma experiência fantástica de ver um modelo educacional tão diferente, que funciona tão bem, e ter a oportunidade de ficar seis meses estudando, aprendendo. Foi um momento muito importante também na nossa reflexão como IFMS. Qual a visão que temos sobre o Instituto em nível político, pedagógico e de pesquisa? Foi muito importante para nos conhecermos e conhecer pessoas que podem nos ajudar nos nossos projetos. Apesar de chamar Rede Federal, a gente não sabe o que o outro está fazendo, o que eles estão desenvolvendo, pesquisando, ou o que está precisando. Estou desenvolvendo projetos com professores de Campo Grande, de São Paulo, de Santa Catarina, de Minas, do nordeste. Importante trazer para sala de aula esse processo que a gente aprendeu lá.

Na Intel percebi que precisamos juntar algumas pontas soltas. Juntar o que aprendemos na Finlândia com o que temos aqui. Trazer para os estudantes do ensino fundamental uma carga de pesquisa, apresentar isso mais cedo para eles, para que eles realmente definam seu caminho mais cedo.Ter um objetivo, ter um sonho, saber o que gosta, saber o que quer trabalhar, ter metodologia de pesquisa e metodologia cientifica mais aguçada, mais bem preparada. Nós estamos fazendo um trabalho legal. Só que geralmente a gente trabalha com esses alunos um ano, um ano e meio. Lá fora eles trabalham seis, sete anos. Isso nos Estados Unidos. Na Finlândia, o que eles trazem é o projeto para dentro da sala de aula, fazendo com que as metodologias tenham significado para o estudante.

Qual a sua aposta para a próxima Intel?

Tem um projeto lá em Nova Andradina no qual a gente está desenvolvendo uma coisa bem inovadora na área de oceanografia. Esse projeto está me dando muito prazer, pois é um aluno que pra mim é um exemplo clássico de como uma educação pode transformar uma pessoa. Ele é um aluno muito tímido, que tem alguns problemas de autoconfiança. Ele demorou um mês para me dizer qual era o tema do projeto porque ele achava que eu acharia ridículo e iria rir na cara dele. Mas é uma ideia fantástica. Eu falo para ele que não importa se ele vai conseguir ir para a Intel ou para alguma outra feira, só por ele estar realizando o desejo de solucionar um problema importante para ele, já é fundamental. São quatro alunos no projeto. O Hugo Horbolato, Felipe Natan, Milena Godoy e Clara Lanzarini. Acho que vai ser muito legal.

Depois de duas feiras internacionais seguidas, o senhor já está distribuindo ficha para a fila de possíveis orientandos?

Foi interessante no ano passado, quando eu voltei dos Estados unidos, na primeira aula que eu dei no curso de informática, um monte de aluno levantou e perguntou: "Quando começa o projeto? Eu quero ir para os Estados Unidos". Eu digo que eles estão com a concepção errada. A gente não faz projeto para viajar, mas para conquistar valor dentro de sala de aula. Por isso eu escrevo na lousa na minha primeira aula: "qual é a sua paixão?", a partir daí a gente começa. Mesmo assim, foi muito interessante ver que no primeiro dia de aula tinha muita gente querendo fazer projeto esse ano. Muita gente foi para o Instituto por causa disso e já estão desde o primeiro semestre desenvolvendo projetos. Eles já sabem que dentro do Instituto a gente oferece oportunidade. Tenho atendido o máximo de pessoas que posso. Nunca chegou nesse quesito de fichas (risos). Mas no semestre retrasado eu fiz a loucura de orientar oito projetos de TCC de uma turma só, porque eu não consegui abandoná-los. Me sacrifiquei muito. Na turma posterior eu disse que não tinha condições e avisei que não ia orientar ninguém. Foi justamente aí que a Bruna e a Mariana ficaram desesperadas e me mandaram mil e quinhentas mensagens e e-mails por dia para eu orientar, até que meu coração foi amolecido e eu orientei. E foi este o projeto que foi para a Intel este ano.

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