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SAÚDE FINANCEIRA

As contas estão tirando sua paz até no trabalho? Saiba o que fazer.

Em tempos de crise na economia, vale a pena refletir sobre como problemas financeiros interferem no ambiente profissional
por Paulo Gomes publicado: 27/04/2016 12h00 última modificação: 07/07/2016 13h34

Dinheiro não traz felicidade, mas a falta dele pode atrapalhar muito a vida pessoal e até o trabalho. Se o noticiário só fala em crise na economia e endividamento da população, vale a pena refletir sobre como os problemas financeiros interferem no ambiente profissional.

Falta de concentração na execução das tarefas e queda na produtividade podem ser sintomas de que o trabalhador está direcionando as energias para a solução de problemas financeiros, segundo a psicóloga e coordenadora de Desenvolvimento e Qualidade de Vida do IFMS, Sofia Urt.

A primeira solução prática para melhorar a saúde financeira é a busca por organização pessoal. Usar planilhas no computador, aplicativos no celular ou mesmo colocar no papel o que se gasta e o que se ganha pode ajudar a clarear as ideias e achar uma saída.

A crise financeira pode estar relacionada apenas um momento pelo qual a pessoa está passando, mas pode ser fruto de uma patologia, como a compulsão por gastar, por exemplo. “Acontecem imprevistos na vida de qualquer um. Mas, a situação se torna um problema se os gastos são exagerados e feitos com coisas desnecessárias”, explicou Sofia.

Quando há uma compulsão por gastar que faz a pessoa ficar endividada, é preciso ficar atento. “É necessário buscar terapia. Existem alternativas, como os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), com profissionais que podem ajudar e orientar”, orientou a psicóloga.

Os CRAS são mantidos pelo poder público em diversos municípios, e oferecem atendimento psicoterapêutico sem custo.

Os colegas de trabalho podem ajudar?

Caso você tenha percebido que um colega está com problemas financeiros (ou caso ele se abra com você sobre isso), é possível oferecer um help. “Os amigos podem ajudar, se a pessoa der abertura para isso, mostrando como organizar as finanças”, explicou a psicóloga.

Mas, atenção. “Só não deve haver ajuda financeira entre colegas de trabalho. Isso pode gerar um problema interpessoal e prejudicar ainda mais o ambiente de trabalho”, completou.

Organizando as finanças

O administrador Anderson Kazama, consultor financeiro e servidor da Pró-reitoria de Desenvolvimento Institucional (Prodi), tem algumas dicas para quem precisa se organizar financeiramente.

A primeira, que serve para qualquer endividado, é olhar para as próprias finanças e cortar os excessos. “É preciso gastar menos do que se ganha. Para isso, vale a pena abrir mão de algumas despesas como almoçar e jantar fora todos os dias, além de evitar gastos com produtos novos, priorizando o conserto ao invés da troca”, explicou Kazama.

Outra dica bacana é a troca de serviços para economizar. “Por exemplo, um profissional de marketing pode trocar uma campanha por um serviço de um consultor financeiro. A ideia seria boa para os dois, que não gastariam e mesmo assim conseguiriam o que precisam”, disse.

Estou endividado e quero saber mais

Na internet há uma infinidade sítios que oferecem dicas financeiras. Separamos alguns com conteúdo livre.

A Caixa Econômica Federal tem uma série de vídeos sobre educação financeira, além de muito material educativo disponível. São informações básicas como, por exemplo, o que é inflação e qual o melhor jeito de fazer um investimento.

Outra alternativa é o site Vida e Dinheiro, elaborado pelo comitê da Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), uma mobilização multisetorial, organizada pelo Governo Federal, que promove ações de educação financeira.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) disponibilizou uma série de TV sobre Educação Financeira, que já está na quarta temporada. Os vídeos são bastante dinâmicos, de fácil entendimento e contam com entrevistas explicativas sobre os mais diversos temas.

Se você é usuário de smartphone, pode baixar aplicativos que ajudam na hora de colocar as contas em dia. O consultor Anderson cita o Guia Bolso, o MY Expenses e o Meu Orçamento, além do aplicativo do Sigepe para servidores federais, onde é possível consultar a prévia do contracheque e saber antecipadamente qual vai ser a receita do próximo mês.