ENTREVISTA
Mara Márcia de Oliveira Vono de Sant Anna
Aos 40 anos, Mara Márcia de Oliveira Vono de Sant Anna carrega no rosto um largo sorriso de quem consegue ser feliz, apesar das dificuldades pelas quais passou na vida.
Natural de Jales, interior de São Paulo, ela divide neste Perfil do Servidor um pouco de sua trajetória, como enfrentou a morte dos pais quando ainda era adolescente, sua experiência de uma década como carteira e por que decidiu entrar na universidade aos 30 anos.
Mara também conta como se tornou auxiliar em administração do Campus Três Lagoas em maio de 2014 e sua atuação enquanto coordenadora de Gestão de Pessoas um mês após ter entrado em exercício em nossa instituição.
Confira ainda na entrevista abaixo qual sonho ela ainda espera realizar e o que vê para o futuro do IFMS.
De onde veio esse sobrenome diferente?
O Vono é calabrês, da Itália. O Sant Anna é argentino mesmo, do meu marido. Ele é neto de argentino.
Onde você nasceu e foi criada? Como foi sua infância?
Nasci em Jales, interior do estado de São Paulo, mas eu vivi durante 25 anos numa vila chamada Aparecida do Oeste, também em São Paulo. Minha infância parece novela mexicana.
Fiquei órfã aos 15 anos de mãe e aos 16 de pai, os dois morreram de câncer. Há 23, 24 anos, não havia a tecnologia que tem hoje, os aparatos todos, então eles ficaram doentes em casa e morreram em casa, por falta de tratamento. Na época, eu tinha dois irmãos pequenos. Eu me separei deles nesta época. Aos 17 anos eu encontrei meu marido, casamos e estamos até hoje casados. Temos dois filhos, um de 22 e uma de 15.
Como foi essa separação dos seus irmãos?
Como ficamos órfãos em 1992, não havia conselho tutelar nem nada, ficamos três menores de idade sozinhos numa casa. Após três meses, apareceram alguns parentes e resolveram que iam levar meus irmãos para serem cuidados. Na época, minha irmã tinha 12 e meu irmão tinha 8 anos.
E você?
Eu tinha 16 anos, decidi que não ia. Se três menores puderam ficar três meses sozinhos, não era agora que eu ia depender de outras pessoas... Aí encontrei meu marido e a gente resolveu se casar, eu tinha 17 anos. Foi uma loucura, mas tem seus lados bons e maus. E por várias situações, principalmente porque eu não quis morar lá com eles, meus tios afastaram os meus irmãos de mim. A gente voltou a se falar há 10 anos, graças a Deus.
Eles continuam morando no interior?
Estamos todos separados. Um em Caraguatatuba, litoral do estado de São Paulo, e o outro em Jaú, bem no meio do estado de SP.
Como foi esse reencontro? Você foi atrás deles?
Sim. Quando eles saíram da casa desses meus tios, eu os procurei, porque até então eu não conseguia ter acesso a eles. Então, conforme eles foram ficando maior de idade, fui procurando e a gente foi começando a criar novamente o vínculo de irmãos, que até então não tínhamos.
Como é hoje a relação de vocês?
Graças a Deus, maravilhosa. É de irmão mesmo. A gente teve que construir essa relação porque ficou muito tempo longe.
Como foi sua trajetória profissional até chegar ao IFMS?
Comecei a prestar concurso público porque eu não tinha condições. Não era a facilidade que tem hoje, não tinha condições de estudar. Fui atrás, estudei em casa mesmo. Com 25 anos eu passei para os Correios, trabalhei como carteira por dez anos. Aí meu marido, que também era concursado, foi transferido para Mato Grosso do Sul, e os Correios não quiseram me dar a transferência. Por isso pedi demissão, vim para o MS, e me dei o prazo de quatro anos para entrar no serviço público novamente, essa era a minha meta. Vim para o MS em 2013, entrei no IFMS em 2014. Então, graças a Deus, tenho pautado minha vida, não em escolher fazer o que amo, como a maioria faz, mas amar o que eu faço.
Como era essa rotina como carteira? Creio que deva ser muito cansativa...
Como eu disse, sempre escolhi amar o que eu faço. Eu adorava lidar com o público. É um serviço em equipe só que, em determinado momento, 80% é sozinho, porém com toda a população. Você tem aquele primeiro contato, você é a cara da instituição para a população. Então eu gostava muito, amava, fazia de paixão.
Saí porque a instituição não me deu a oportunidade de vir para o MS como carteira. Eu vim para o MS desempregada, larguei tudo pra vir pra cá. Fiquei 20 dias parada até começar a dar aulas.
Você dava aula do quê?
De redação.
Qual sua formação? Como foi entrar para a universidade?
Letras. Eu já tinha 30 anos e dois filhos quando entrei na faculdade. Eu costumo dizer que não fiz o que almejava, fiz o que dei conta de fazer. Fiz a faculdade na minha cidade, a que eu conseguia pagar e conciliar o horário, porque era carteira na época. Saía às 7 horas do serviço e entrava 7 e 15 na faculdade. Foi bem árduo, mas tive bastante apoio.
Meu marido estudou antes de mim, quando terminou o curso técnico em Eletrotécnica, eu entrei na faculdade. E meus filhos, graças a deus, também sempre me apoiaram muito, na medida do possível. Muitas vezes levava eles debaixo do braço para a faculdade, porque não tinham com quem ficar. Mas tudo bem, eu consegui me formar.
No dia da minha formatura, meu marido foi tomar posse num outro concurso, nem pôde ir na minha formatura. E ele foi pra Mirandópolis e nós ficamos cada um num lugar, foi quando eu consegui prestar serviços numas cidades mais próximas, eu ia e voltava pra casa todos os dias. Quando a gente conseguiu enfim morar na mesma cidade, ele foi transferido pra Três Lagoas.
Por isso você acabou fazendo o concurso para o Campus Três Lagoas?
Exatamente. Quando cheguei em Três Lagoas, fiz todos os concursos que abriam. Fui fazendo e, graças a Deus, passando em todos. O primeiro que me chamou foi o IFMS.
Por que você fez o concurso para a vaga de auxiliar, mesmo tendo nível superior?
No concurso tinha vaga também para assistente, porém eu queria voltar para o serviço público e a forma que eu achei mais segura de voltar foi prestar para a vaga de auxiliar. Tinha uma vaga para auxiliar e quatro para assistente. Eu fiz a probabilidade que ia ter muito mais candidatos pra assistente, portanto, dificuldade maior. Acertei, pois passei em segundo. Fui chamada e comecei a trabalhar em 13 de maio de 2014.
Na época, já conhecia o que era o IFMS?
Não tinha ideia do que era o IFMS, fiz a prova porque participava de um grupo e lá avisaram sobre o concurso para o Instituto.
Como que foi esse começo? Como que foi conhecer uma instituição que era nova?
Eu dei muita sorte. Porque mudaram para o campus novo no dia 12 de maio, e eu entrei no dia seguinte. Então muitas das dificuldades que eles passaram no começo, eu não passei. A gente passa por outras. Quando entrei, a Cintia [Figueiredo, servidora do campus] tomava conta tanto da parte de orçamento quanto de gestão de pessoas. Com muito pouco tempo, em 30 dias, ela me ofertou a coordenação de Gestão de Pessoas, e me ensinou muita coisa da área. E aí com o acordo de que ela me ajudasse, eu aceitei. Sabendo que não era pela minha capacidade de trabalho, porque ninguém apresenta qualidades de trabalho em 30 dias.
Eu sabia que era porque ela precisava de uma pessoa que a ajudasse. Mas acredito que possa ter ficado na coordenação pela qualidade de trabalho, por ter feito um bom trabalho. Já vai fazer dois anos. Não que a coordenação seja minha nem nada. Sei que a gente está coordenador, não é minha a coordenação. Eu gosto muito.
De lá pra cá, qual fato que você poderia me dizer que te marcou na instituição?
Uma coisa foi eu ter sido nomeada pra ser professora do estado e na hora de escolher, realmente eu fiquei com dó de sair do IFMS, pela equipe do campus eu não tive coragem de sair. Isso foi em novembro do ano passado. No dia da posse no cargo, eu tive uma crise de enxaqueca e não consegui vir para a posse em Campo Grande. Então eu falo que Deus falou “você não vai!”. Só que não fico triste, porque são situações que vão acontecendo na vida da gente pelas quais a gente tem que passar. Não que a situação seja ruim, mas é difícil.
Você atua numa área diferente da sua formação... Como é estar à frente da Cogep?
Sendo gestão de pessoas hoje, numa instituição nova em que tudo está sendo construído, você é bombardeado a cada momento. Tanto para o bem quanto para o mal, então não é fácil. E a gente tem falhas. Eu sou uma pessoa que estudei e que procuro me aprimorar, mas eu tenho uma deficiência muito grande, fiz uma faculdade de cidade pequena. Eu tenho muito a estudar, porque a gente tenta estudar na área de gestão de pessoas.
Estou inscrita na especialização do IFMS, por exemplo, mas é mais pra me apropriar do Instituto, das coisas feitas pela instituição, não pela capacitação na área de Letras. Vai ajudar e muito, eu não penso em sair no Instituto Federal.
Queria que você contasse um pouco mais do que a Cogep faz no campus...
Uma das coisas que a gente faz muito é o atendimento dos direitos dos servidores, como progressões, atestados médicos, a parte de capacitação, instruir o servidor para isso. Eu como tenho o lado muito mãezona, carrego os servidores tudo meio debaixo do braço. Sempre alerto que está faltando 10 horas pra poder progredir, por exemplo. Então assim, eles falam muito dessa minha situação de mãezona, mas só que também, como mãe, você puxa a orelha, eu sou muito rígida e muitos não gostam.
Uma coisa que os servidores pedem no nosso campus é que todas as Cogeps deveriam ter uma sala só para o setor. Porque a gente faz o atendimento pessoal. Um dos pré-requisitos para ser Cogep deveria ser psicólogo, porque é muito exigido da gente uma atuação como. Os servidores nos procuram realmente, muitas vezes, para desabafar. São situações que eu nunca imaginei passar. Sou uma pessoa que agrega muito os problemas das pessoas e isso muitas vezes me deixa sugada.
Costumo brincar que o Cogep é um lançador de dados. Porque a gente não tem como descontar o dia do servidor, por exemplo, se não vier um memorando da chefia imediata, não tem como falar que o servidor vai receber uma advertência, se não existir um PAD [Processo Administrativo Disciplinar], mas a gente está envolvido em tudo isso. É um trabalho realmente de você ficar auxiliando nos direitos, por um lado, e cobrando os deveres. A gente tem muito disso. É visto por muitos como o lado bom, que você auxilia nos direitos, mas mau por cobrar os deveres. Como eu sou uma pessoa muito metódica, muitas vezes não sou muito bem vista por isso.
Mas você pensa em fazer outro concurso, nem que seja para o IFMS como professora?
Sim. A gente pensa em melhorar, né? Hoje eu estou com 40 anos, com os filhos grandes. Tenho casa em Três Lagoas, então qual é a vantagem de fazer concurso pra outras cidades, sendo que a situação da minha família está estabilizada na cidade? Não vejo porque fazer concurso pra fora. Havendo previsão de concurso de TAE [técnico-administrativo em educação] e com vagas em Três Lagoas, é lógico que eu vou fazer.
O que, pra você, significa ser servidora pública?
O básico é a estabilidade. Pela minha história você vê que o que eu procuro inicialmente é estabilidade, porém, a instituição que não me fornece um aprendizado contínuo não me prende. Eu costumo dizer pra todo mundo que se eu não tiver feliz, vou sair. Se eu fiquei é porque eu estava vendo que podia fazer parte da construção de uma grande escola. O campus ainda está engatinhando, embora já tenha cinco anos. Eu queria fazer parte disso e estava sendo motivada a fazer parte disso.
A partir do momento que eu não puder mais contribuir e achar que sou mais um na multidão, com certeza a opção de ir para outra instituição é bem-vinda. Quando a gente entra na instituição, acredito que ninguém entra pensando em sair, pelo menos a gente entra pensando em ver como que a situação está e ver se aquilo agrada. Até o momento está me agradando e o que a gente prevê aí de tudo que está acontecendo me agrada e muito.
Você fala que não escolheu fazer o que ama, mas que ama o que faz. Qual o segredo de amar o que se faz?
Acho que é dar valor a coisas menores. Por exemplo, quando um servidor me procura, se ele sair agradecendo, aquilo me deixa feliz. Mas quando ele fala que eu não defendi um direito dele, embora eu saiba que eu não tenha como defender, isso me deixa triste. Eu costumo dizer pra eles que a gente tem que tentar mudar a lei. Se a lei está falando que aquilo é daquela forma, a gente não tem como mudar, mas sim mudar a lei, mas que isso é demorado.
Acho que a grande maioria da população não teve a opção de falar: eu gosto disso então vou atrás disso. Assim como eu, muitos fizeram o que deu pra fazer e alguns nem isso. O segredo é você ser feliz com aquilo. Eu reconheço que há pessoas que têm conhecimento muito além do que eu tenho hoje, só que talvez não sejam felizes, mas eu, graças a Deus, com o pouco que eu tenho, consigo ser feliz.
O que você gosta de fazer em seu tempo livre?
Gosto de correr, de praticar atividade física. Como sou agitada, então se eu não faço atividade física, vou dormir duas horas da manhã. Se eu faço, quando é onze e meia eu consigo dormir. Estou de pé às cinco horas. Antes eu costumava correr todos os dias, agora já não consigo, por conta da falta de tempo. Mas agora entrou outra servidora que vai fazer parte da minha equipe.
Só você trabalhava no setor?
Em todos os campi, em geral, é só uma pessoa na gestão de pessoas, o que não é o ideal, porque quando eu saio de férias, no meu lugar fica um servidor de outro setor. Mas hoje a gente conseguiu, dentro da unidade de Três Lagoas, fazer a movimentação de servidores, e colocar mais uma. Ela está aprendendo agora, faz uma semana que entrou, mas a gente tem pensado nisso, no bem-estar do servidor, e que não atrapalhe a parte de direito e deveres deles. Então o ideal é o que está acontecendo agora, ter duas pessoas na Gestão de Pessoas do campus.
O que você espera para o futuro da instituição e do campus?
Eu gostaria muito de continuar aqui, e ver a instituição crescer, só que depende de muitas situações para que cresça. Gostaria realmente que o IFMS se tornasse uma referência, assim como outros institutos centenários já são. Hoje a gente os vê como referência, mas eu queria ver o IFMS como referência para outros estados.
O que a gente precisa fazer para ser referência?
Acho que, basicamente, planejamento em longo prazo. Embora todo mundo se empenhe, é uma coisa que a gente pouco vê, porque sempre estamos apagando incêndio, e aquele planejamento em longo prazo realmente não ocorre de fato. Eu, de uma forma leiga, já que não sou administradora, nada disso, consigo enxergar.
Porque você leva aquela administração do lar. Se eu quero uma coisa lá no final do ano, tenho que programar desde o começo, principalmente para quem tem uma renda baixa. E é o caso do Instituto Federal. Embora tenhamos dobrado o número de alunos, o orçamento foi menor. Então tem que haver planejamento, e não só na parte de administração e orçamento, mas também na parte de previsão de aula, previsão de professores e tudo mais.
Eu vejo em você uma pessoa que sofreu muito, mas que consegue ser animada e feliz...
Não gosto de passar as minhas dificuldades para as pessoas, não porque quero esconder, mas sim porque eu acho que a sua dificuldade, por exemplo, eu não vou sentir da mesma forma que você. Foi difícil tudo que passei, mas meu caráter é baseado nisso. Não tenho como falar “se meus pais fossem vivos, talvez hoje eu estaria em uma situação melhor”, porque não sei. Será que meu caráter seria o mesmo, será que eu não estaria presa ou algo do tipo? Porque tinha pai, mãe, para ficarem me bajulando... E isso eu falo para os meus irmãos, que a gente tem que ver que, muitas vezes, Deus nos encaminha em uma situação para nos tirar de outra.
É o que falo para todo mundo, que tudo na vida tem um lado bom, mesmo que a gente não consiga enxergar. Qual é o lado bom do falecimento dos meus pais? Bom, eu cresci, amadureci, e o caráter que tenho hoje é de acordo com isso. Não ponho a culpa nos outros pelas minhas falhas, assumo quando erro, mas também exijo dos outros uma coisa parecida.
Acho que isso que me mantém mais alegre, porque eu não fico criando expectativas pra mim. Porque é natural a gente criar expectativa dos outros, mas eu falo expectativas para mim. Eu crio metas. Por exemplo: fiz o concurso para docente do IF. Passei, mas não fiquei entre os classificados. Eu não fiquei triste, porque não estudei o suficiente, os que passaram nas primeiras colocações tinham doutorado, pós-doutorado, mestrado. Não foi totalmente culpa minha mas, em parte, foi. Então eu assumo isso, e acho que isso me deixa mais tranquila, em aceitar meus defeitos, em me manter feliz. Eu gosto de ser feliz.
Para finalizar, queria que você me falasse um objetivo ou sonho seu que você ainda não realizou e que espera ainda realizar.
Olha, eu nunca tinha pensado na minha vida em fazer mestrado, nunca mesmo. Entrei na faculdade já tinha 30 anos e para poder prestar concurso que exigiria nível superior. Hoje, eu realmente gostaria de fazer um mestrado. É um sonho hoje, mas não que se eu não fizer vai acabar com a minha vida, não. É um sonho. Não é ainda uma meta (risos).
Enquanto eu estiver na Cogep, acho um pouco impossível porque a coordenação demanda muito tempo. Muito tempo mesmo. Mas na minha cabeça não é errado trabalhar tantas horas. Então por isso não sofro. Agora, por conta da nova servidora, consigo ir embora dentro do horário, porque a gente divide o serviço. Consigo fazer um planejamento dentro das oito horas diárias. Isso não quer dizer que eu não vou ficar depois do horário, quando for solicitado. Eu me doo por completo. Meu marido sabe disso, e sempre apoiou porque ele também é assim. A gente sempre se doou muito para as instituições em que a gente trabalha. Um não cobra do outro a falta na casa. Só o final de semana que é nosso, né?
São formas simples de se viver. Porque tem muita gente que pensa que se ficar trabalhando cinco minutos depois do horário, que está perdendo, que não está ganhando para isso, que é um absurdo. A pessoa fica muito triste com aquilo. Mas para mim não, ficar meia hora, uma hora a mais no campus, não me deixa triste. Se me deixasse triste, eu não ficaria. E não é porque eu estou na gestão também, porque acho que se eu tivesse em qualquer outro setor, seria igual. Eu sou assim.
Você vê pessoas que têm muito estudo, e ainda são mal humoradas, porque não estão contentes. Está sempre aquém do que ela quer. Na realidade, como eu quero pouco (risos), eu consigo. Não sei se isso é o que me faz ser bem alegre. Mas eu sei que eu sou. Também sei que sou chata por outros lados, mas cada um tem os defeitos e as qualidades.